O incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia (Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres) - UMA ESTÓRIA
Mário Silva Mário Silva
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UMA ESTÓRIA
O incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia (Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres)
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Era uma manhã ensolarada, numa pequena Aldeia no interior do país.
João, um jovem agricultor, estava levando sua carroça cheia de batatas e legumes para vender na feira do castelo. Ele estava feliz e cantarolava uma canção enquanto conduzia o seu cavalo pela rua de terra.
Ele chegou à rua íngreme que levava ao centro da Aldeia, onde ficava a praça. Era uma rua estreita e sinuosa, cercada por casas antigas e coloridas. João sabia que tinha que ter cuidado ao descer a ladeira, pois a carroça podia perder o equilíbrio e tombar.
Ele segurou firme as rédeas do cavalo e começou a descer devagar.
Mas, de repente, ele ouviu um barulho alto atrás dele.
Era um trator que vinha em alta velocidade pela rua abaixo.
O agricultor do trator tentou … tentou travar, mas não conseguiu e acabou por bater na traseira da carroça do João com força.
A carroça foi lançada para frente com o impacto e João perdeu o controle dela. O cavalo assustou-se e saiu correndo pela rua abaixo, arrastando a carroça atrás dele.
João tentou frear a carroça, mas as rodas não obedeciam. As batatas e os legumes voavam pelo ar e caíam no chão.
As pessoas que estavam na rua ficaram espantadas com a cena. Algumas saíram correndo para se proteger, outras tentaram ajudar João.
Uma senhora que estava na janela de sua casa jogou um balde de água no cavalo, esperando que ele parasse. Mas o cavalo só ficou mais nervoso e acelerou ainda mais.
A carroça chegou à praça, onde havia muita gente e a carrinha do pão e outra do peixeiro. João viu que ia bater em tudo e gritou:
- Saiam da frente! Saiam da frente!
Mas era tarde demais.
A carroça atingiu a carrinha do peixeiro e derrubou-a. Depois bateu na carrinha do pão e bolos e espalhou-os pelo chão. Em seguida, ainda colidiu com uma outra carroça que estava parada e ficou presa nela. O cavalo finalmente parou, ofegante e assustado.
João pulou da carroça e foi ver se o cavalo estava bem.
Ele acalmou o animal e o soltou da carroça.
Depois olhou em volta e viu o estrago que tinha feito.
As pessoas estavam furiosas com ele.
Elas reclamavam pelo pão e peixe espalhados pelo chão. Elas pediam indenização e ameaçavam chamar a GNR.
João não sabia o que fazer. Ele pediu desculpas e disse que não foi culpa dele, mas do homem do trator que bateu na sua carroça. Mas ninguém acreditou nele.
Eles disseram que ele era um irresponsável e um mentiroso.
Foi então que o dono do trator apareceu no largo.
Ele tinha conseguido descer a rua, aos solavancos e roçando pelo muro e paredes das casas e à deriva chegar ao largo até para ver se João estava bem.
Ele aproximou-se de João e disse:
- Desculpe-me, “home”. Eu não conseguir parar porque me falharam os travões e não pude evitar o choque com a sua carroça.
Ele dirigiu-se para o aglomerado de pessoas e disse:
- Foi tudo culpa minha. Eu bati na carroça dele e causei esse acidente. Eu vou pagar por tudo o que eu estraguei.
As pessoas ficaram surpresas com a confissão do agricultor.
Elas pararam de brigar com João e mas começaram a brigar com o dono do trator.
Elas exigiram que ele pagasse imediatamente pelos seus prejuízos.
João ficou aliviado com a atitude do agricultor.
Ele agradeceu-lhe pela honestidade e disse:
- Você é um homem de bem. Obrigado por assumir a responsabilidade.
O agricultor sorriu e disse:
- Não há de quê. Eu sei como é difícil ser agricultor nesse país. Eu também sou um.
Ele pegou na sua carteira e começou a distribuir dinheiro pelas pessoas que tinham sido prejudicadas pelo acidente.
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Perlim … Pim … Pim … a estória do incidente da carroça na rua íngreme da Aldeia, chegou ao fim.
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Texto & Fotografia: ©MárioSilva
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