MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

... de volta à Aldeia, agora que finalmente a chuva parece que parou e as temperaturas, lentamente, voltam aos valores que o mês de junho nos tinha habituado ...

Os campos, embora ainda encharcados, cobrem-se de flores campestres, que contrariando o tempo incomum desta época, conseguiram condições para crescer, desenvolver-se e dar o colorido e odores que caraterizam a primavera.

Mas este ano a primavera passou uma rasteira à normalidade ... chuvas em abundância ... temperaturas abaixo da média ... e isso teve as suas consequências, essencialmente a quem vive da agricultura.

Quem semeou cedo, viu as sementes serem alagadas e apodrecerem na terra ... as chuvas fora de tempo e as temperaturas mais baixas, estragaram muitas sementeiras.

As árvores de fruto com o inverno com temperaturas acima da média, começaram a florir cedo e depois as chuvas da primavera levaram a flor ou estragaram o fruto, quando este iniciava o seu desenvolvimento ...

Como é ingrata a agricultura ...

Por isso, é que os jovens fogem das aldeias, procurando um trabalho estável, e as terras da família ficam de "poulo".

Fazendo um "giro" pelas terras à volta da Aldeia, o que mais se veem são terras, que outora foram produtivas, ao abandono ...

Como eu compreendo ... mas entristece ...

Até breve ... esperando o tempo primaveril ... até porque o verão aproxima-se vertiginosamente ....

Flores campestres

Passeando pelos campos e caminhos poderemos observar, nesta época, uma infinidade de flores campestres.

Umas minúsculas e quase insignificantes,mas observadas com atenção poderemos "ver" aquilo que nos passa despercebido, quando caminhamos sem atenção pelos pormenores.

Vale a pena, pararmos, baixarmo-nos ao seu nível e deliciarmo-nos com os seus pormenores e beleza.

Umas solitárias, outras em grandes grupos, por vezes atapetando os campos ou bordejando os caminhos...

Não é só a forma, cor ou tamanho, também é o aroma que exalam e que dão uma peculidade às terras, em dias de primavera.

As flores do campo têm como significado: equilíbrio e ponderação.

É o equilíbrio entre a natureza e ponderação na sua utilidade.

É o equilíbrio nos nossos sentido, estado de espírito, equilíbrio na mente, ....

É a ponderação na sua continuidade pois elas (flores) são o sistema reprodutor das plantas e por isso a sua continuidade e ponderação contra o uso de pesticidas que as destroem e ... como faram a polinização com a ajuda dos insetos e como terão alimento as abelhas para fazerem o delicioso mel ...

Aqui deixo uma infima parte das flores campestres que poderemos encontrar pelos campos de Águas Frias, deixando a cada um a possíbilidade de encontrarem um manancial de muitíssimas outras, tão ou mais belas que estas ...

Passeiem e descubram ... vão ver que valerá a pena ... pelas caminhadas e pelo deleite de tudo o que a natureza nos tem para mostrar ...

 Disfrutem da Natureza de Águas Frias e até breve ....

LÉXICO-GLOSSÁRIO TRANSMONTANO

(letras X e Z) 

X

xaragão - enxerga

xastre – alfaiate

xis e mis - timidez

xitos - marcas de pau ou ramos de giesta espetadas na terra “andou a marcar as embelgas com xitos”

xó - chega, alto!, “Xó, que me trepas!”, já estás a abusar!

xotar - enxotar (as pitas)

Z

zanguizarra - barulheira monótona

zervada (b) – chuvada forte, granizo

zernideira - espécie de peneira

zicho - esguicho

zilro - andorinhão (apus melba)

zorro - filho bastardo “é zorro do tio João Landainas”

zupar - bater, agredir

zurca - bebedeira “está com a zurca”

Créditos: Herculano Pombo in “Treze contos do mundo que acabou/Léxico-Glossário Transmontano”, publicado In: http://chaves.blogs.sapo.pt/755769.html

FIM

Até breve!!!!!!

Agora que o léxico-glossário chegou ao fim ...

... voltaremos ao princípio do objetivo deste blog...

... partilhar momentes captados nesta "pequena mas bela Aldeia transmontana" - ÁGUAS FRIAS