Águas Frias (Chaves) - Outono/outubro
Mário Silva Mário Silva
Poema de Outubro
As suas cores cruas, sequiosas e ousadas,
dizem que são duras, de verdade capital,
mostram almas livres e belas, que voam,
para um abrigo cruel, esperado e respeitado.
![]() |
Um raio de luz outinal ... |
O seu comportamento é incerto, desperta
o pensamento incauto, que era passado,
exercita a natureza tola e impossibilitada,
trás fantasias densas em arrepios alados.
Cacho de uvas na cepa ... |
Badala a ilusão doce e pura da hibernação,
sono leve, repousante e doentio. Edificado,
onde se recolhem os ousados sãos e impuros,
descansando da dor infernal…dos dias sujos.
Vindimando ... |
Tudo permanece calmo, quente e desigual,
as sensações do oculto pelo sol queimadas,
não se separam numa paragem qualquer,
viajam no centro das descobertas toscas.
Frutos outonais ... |
E a perpetuidade, que não é uma lenda,
é aparição impalpável de odor poético,
é a conjugação acrobática e imperfeita,
da existência inexplicável, com o meio.
Carregando as uvas vindimadas |
Daquela que brinca com o universo,
que se deita numa cama de estrelas e
tem as letras e o sol como almofada,
no sono, Vénus, nua, sentada em lua.
O pipo em espera .... |
A sede que a ele colam, é de existência
digna, irrequieta , que devorou a inépcia
da alma, que camuflou , mas não varreu
a incompreendida ética, de sonhador
imoral, que depois de morrer na sua
existência, na sua morte viverá.
Samuel Santos
In: http://samuca.bloguepessoal.com/445385/POEMA-DO-OUTUBRO/