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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

10
Jun08

Águas Frias (Chaves) - Percorrendo a Freguesia (IV) - Castelo de Monforte do Rio Livre


Mário Silva Mário Silva

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Continuando a percorrer a extensa freguesia de Águas Frias e depois da visita à Aldeia de Avelelas, “…cheguei ao cruzamento, encontrei uma pequena placa que apontava “Castelo”. Foi para lá que me dirigi e, ….” enveredei pelo caminho de terra batida. A viagem terá que ser feita com alguma moderação, pois com as chuvas dos últimos invernos, foram aparecendo sulcos na terra que obrigam a alguma atenção ao caminho. Mas vale a pena o percurso pois a paisagem é soberba e diferente em cada época do ano.

 

 

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Parando de quando em quando, para admirar o que a vista consegue alcançar, lá fui seguindo por entre giestas (brancas ou amarelas), urzes, carvalhos ou terrenos cultivados de centeio.

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E, eis que surge, imponente o Castelo de Monforte do Rio Livre.

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A sua visita é obrigatória.

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Pena é que o visitante esteja por sua conta e risco, não havendo, no local, informação sobre este monumento nacional. Assim aqui vos deixo um extracto do livro “Ares de Trás-os-Montes” – Sant’Anna Dionísio (Capítulo XLI) – 1977 – Lello & Irmão – Editores – Porto:

 

“ … A porta de acesso da antiga alcáçova está ao cimo do montículo. Dentro, abre-se um amplo salão vazio e sem tecto, cingido por paredões altos de boa cantaria apare­lhada, de granito.

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No sentido do comprimento, mede cerca de 16 braças; no da largura, dez ou doze. Era segu­ramente a «sala grande» da antiga moradia do alcaide. Na planta do álbum de Duarte de Armas lá está o espaçoso recinto bem demarcado ao lado da torre de menagem.

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O que noutros tempos teria sido a mansão nobre da guarnição guerreira é hoje um melancólico e vasto recinto vazio, (...), tendo por cobertura um largo rectângulo do céu.

Ao fundo, no ângulo N.E. do salão vazio, ergue-se ainda uma estreita e alta escadaria, maciça, de pedra, que daria acesso ao caminho de ronda.

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Outra porta, larga, de arcatura levemente ogival, dá-nos passagem para a antiga praça de armas. É daí que se colhe a melhor visão do imponente vulto da velha torre de menagem. Com um pouco de boa vontade sempre se alcança o cimo da muralha que nos permitirá ver bem, ao mesmo tempo, a bela torre e o perímetro da desaparecida vila.

 

 

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Do alto do arruinado muro (que dominava, como uma varanda, a primitiva vila) abrange-se, com relativa precisão, a couraça que, de um lado, desce pela encosta relativamente declivosa e, do lado de Nascente, depois de acusar a antiga porta, voltada ao Norte, que serviria a população da vila para descer ao rústico arrabalde de Águas Frias, sobe num esforçado ímpeto pedregoso para o flanco do castelo sobranceiro.

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(...) a povoação foi resistindo ao longo dos séculos, recebendo «foral novo» no tempo do Venturoso, passando para a Casa do Infantado nos fins do séc. XVII …..”

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Das suas muralhas deixemos a visão espraiar-se pelo horizonte e deixarmo-nos envolver pela sua magnitude, pelo silêncio e quietude só interrompida pelo som da brisa do vento e pelo chilrear das aves que nos sobrevoam.

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Ainda citando Sant’Anna Dionísioin “Ares de Trás-os-Montes” :

“A visão panorâmica que o sítio oferece é tão ampla como bela.

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Para as bandas da raia, descobre-se a portela de Mairos, reconhecendo-se ao fundo, em terras de Espa­nha, a formosa cidadela de Monterrey.

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Voltando-nos para os lados do Poente, descobrem-se, entre a serra de Leiranco e a linha da fronteira, várias aldeias (Soutelo, Bustelo, Ervedelo, Vilarelho da Raia), que são, como tantas outras, humildes expressões de um tácitoe inamovível querer que, por pudor, não se exprime.”

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Deixando este idílico local continuei a percorrer Terras da freguesia, mas em lugar de descer a encosta, em direcção à Aldeia de Águas Frias, voltei pelo mesmo estradão e no cruzamento virei à esquerda.

A paisagem continua a encantar.

Parei. Aproveitei para observar os trabalhos de reflorestação nos terrenos baldios da freguesia e na abertura de “corta-fogos”.

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É de louvar esta iniciativa já que repõe e até melhora, o que o último incêndio destruiu e cria condições de acessibilidade, para que, em caso de necessidade, possa o combate ser mais rápido e eficaz.

Mais uma vez, o Castelo de Monforte do Rio Livre, domina o espaço de visão.

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Continuei …. pelo estradão de terra batida …

Atingi os limites da freguesia de Águas Frias, mas continuei …

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10 de JUNHO

Hoje comemora-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e por isso aproveito para enviar as maiores saudações a Todos os Aquafrigidenses espalhados pelo Mundo.

 

 

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Mário Silva 📷

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