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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

30
Mai07

Águas Frias (Chaves) - Telhados (II)


Mário Silva Mário Silva

 

Telhados de Águas Frias

 

As casas mais antigas de Águas Frias apresentam os seus telhados a telha de “canudo”, “meia-cana” ou também conhecida por telha “romana”.


Posteriormente e com a industrialização passaram-se a utilizar a telha “Marselha” ou “francesa”, grande parte dela produzida pela unidade industrial da Telheira de Chaves. Este ainda é o revestimento da grande maioria dos telhados da aldeia.


Ultimamente nas novas construções ou reconstruções têm vindo a ser substituídas por outro modelo de telha, a  “lusa” ou “portuguesa”, que é quase uma mistura das duas anteriores, já que é formada por uma parte em meia cana e uma parte plana. Infelizmente e apesar da denominação, grande parte tem origem em Espanha.

 

Já agora uma pequena curiosidade relacionada com a telha e o seu fabrico:
Desde a ocupação romana da Península Ibérica que por ensinamento deste povo se começou a fazer a telha romana ou de meia cana como também é conhecida.

Os romanos empregavam escravos que faziam estas telhas com barro usando como molde a própria coxa. O que sucedia era que conforme o tamanho da coxa de cada um, as telhas eram maiores ou mais pequenas.

Eram portanto úteis, sem dúvida, mas muito irregulares, pois cada pessoa tinha um "molde" diferente. Começou assim a frase que ainda hoje utilizamos para designar um trabalho que não prima pela regularidade:
"Foi feito em cima do joelho".

Mário Silva 📷
27
Mai07

Águas Frias (Chaves) - Telhados (I)


Mário Silva Mário Silva

 

 

 Telhados de Águas Frias

 

 

Na aldeia de Águas Frias, embora sejam frequentes os telhados de quatro águas, especialmente em casas isoladas ou de maior vulto, predominam os de duas águas, que são em geral compridas e pouco inclinadas. As casas contíguas mostram, muitas vezes, um telhado seguido – quase único -, que as recobre a todas ou parte delas.

 

São modestos os telhados
Que nasceram p´ra chorar,
Ermitões ajoelhados
De mãos postas, a rezar.

Um telhado de Águas Frias,
Mancha rubra que ao sol brilha,
Telhas rudes ou macias
Cobrem a casa como mantilha.


Extracto (adaptado) de um Fado  com letra de Mário Silva

 

Mário Silva 📷
22
Mai07

Águas Frias (Chaves) - "Já há cerejas"


Mário Silva Mário Silva

Há um mês atrás, as cerejeiras (também conhecidas por “cerdeiras”) estavam a florir, manchando de branco o desabrochar da Natureza.
Mas, … como a flor da cerejeira tem uma duração muito curta, torna esta beleza fugaz.
Mas, … a Natureza brinda-nos com novos encantamentos. No lugar das pequenas e alvas flores, eis que se dá vida ao desenvolvimento do fruto – a cereja.
Começa, como que envergonhada a tomar a sua forma arredondada, em tons de verde, … passando do amarelado ao rosado e finalmente às várias tonalidades de vermelho, que envoltas no verde da folhagem são também elas um regalo para a vista.
Mas, … regalo, regalo, … é o seu sabor …

 

Cerejas em Maio


Tal como se pode ver, ainda, só começam a “pintar” (e em poucas “cerdeiras”), mas pouco faltará para se poder saborear este fruto que é rico em vitamina C e potássio, tendo reconhecidas propriedades laxativas, depurativas e antioxidantes, entre outras.

… Mas, cuidado … pois quando comidas em demasia podem provocar problemas estomacais.

                                                      ....

 

Diz o ditado popular que "em Maio come as cerejas ao borralho".

Uma parte do ditado já se está a cumprir, pois a temperatura tem descido bastante, só faltam as cerejas estarem maduras ......

Mário Silva 📷
18
Mai07

Águas Frias (Chaves) - Pedra Fálica


Mário Silva Mário Silva

 

Pedra Fálica

 

 

Muitas das antigas casas de Águas Frias construíram-se sobre as fragas já existentes no local e que serviram de alicerces ou contrafortes à edificação, com grandes pedras de granito, travadas por pedra mais miúda. 


                                                         …


A foto, além de pretender ilustrar esse tipo de construção, apresenta o aspecto curioso de uma dessas fragas – a sua forma fálica. 


                                                          …


Diz a tradição oral, que muitas das pedras, já “trabalhadas”, foram trazidas, encosta abaixo, do Castelo de Monforte do Rio Livre, para fazerem as suas primeiras edificações na aldeia de Águas Frias.

 

 

Mário Silva 📷
12
Mai07

Águas Frias (Chaves) - A Escola


Mário Silva Mário Silva

Escola de Águas Frias

 

A Escola Primária de Águas Frias (agora designada por Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico - EB1) é constituída por dois belos edifícios em granito e um pavilhão pré-fabricado.

Os dois edifícios são de traça característica dos Planos Centenários do Estado Novo.

 

Um era destinado à sala de aula e o outro à cantina escolar.

 

Escola

Escola (pormenor)

 

A alvura das paredes contrasta com os elegantes arcos graníticos, formando um conjunto arquitectónico esteticamente agradável.

 

Cantina Escolar

Cantina Escolar (pormenor)

 

Posteriormente foi construído um pavilhão pré-fabricado (que não tenho ilustração) que se destinou ao Ensino Mediatizado - Telescola - para o ensino do 5º e 6º anos.

...

Há 20/30 anos atrás, a sala de aula enchia-se de crianças, sendo frequentada por mais de 40 alunos, da própria Aldeia. O espaço do recreio fervilhava com as brincadeiras das crianças ...

... mas, ao longo dos anos, devido à emigração e migração, a população de Águas Frias foi decrescendo consideravelmente, tendo consequentemente, a frequência escolar descido, de tal forma que há alguns anos atrás teve que encerrar por falta de alunos.

 

A persistência e interesse da Autarquia local, conseguiu que, este ano, a Escola de Águas Frias reabrisse, tornando-se um polo educativo, recebendo as poucas crianças da Aldeia e outras oriundas das aldeias vizinhas (mesmo fora da freguesia). Penso estarem a frequentar, 28 crianças do 1º ao 4º ano de escolaridade.

Foi uma agradável surpresa observar as obras de beneficiação que foram realizadas, durante o último Verão (nos edifícios e nos espaços do recreio), tornando digno este espaço educativo.

Bem haja quem conseguiu dar um pouco de Vida a Águas Frias.

 

Agora não são só os pássaros que chilreiam .....

.... que bom voltar a ouvir as agudas vozes de crianças, que nas suas brincadeiras, interrompem o silêncio da quietude da aldeia de Águas Frias.

 

 

 

Mário Silva 📷
09
Mai07

Águas Frias (Chaves) - Igreja e Castelo


Mário Silva Mário Silva

 

Águas Frias - Igreja e Castelo

 

 

Estas duas edificações (igreja e castelo), que embora de épocas distintas e representando “poderes” diferentes (espiritual e temporal), é o seu Povo que os unifica e dignifica, fazendo deles os seus símbolos identificativos.


A Igreja de Águas Frias – bonito edifício em granito com traços renascentistas, podendo-se observar (na foto) a sua torre sineira encimada por uma esbelta cruz em ferro e um garboso galo que com as sucessivas intempéries invernosas, se inclinou do alto do seu “poleiro”.
O Castelo de Monforte do Rio Livre – o ex-libris e o “embrião” da freguesia. É uma fortificação com origens proto-históricas, possivelmente tendo origem num castro lusitano e fortificado pelos romanos. No entanto, a mais antiga referência a este castelo medieval, remonta ao séc. XII, tendo o julgado de Rio Livre sido instituído em 1267 e recebido foral de D. Afonso III (1248-1279) em 1273.


De facto, é motivo de orgulho para Águas Frias poder mostrar ao mundo estas suas pequenas maravilhas.

 

Muitas mais maravilhas se podem encontrar nesta bela Aldeia de Águas Frias...

sendo a mais importante ...

as suas Gentes.

 

 


Mário Silva 📷
05
Mai07

Águas Frias (Chaves) - Fonte das Maias


Mário Silva Mário Silva

 

Fonte das Maias

 

 

Com o início do mês de Maio, veio-me de imediato à memória um local - a Fonte das Maias.

Penso que o nome da fonte e o mês nada têm em comum, mas poderá ter com o nome da planta que floresce neste mês - as giestas ou gestas e em muitas regiões do país designadas por "maias".  Em muitas localidades no dia 1 de Maio, colocava-se um ramo de "maias" (giestas ou gestas) nas entradas das casas, janelas, currias, etc, para não deixar entrar o diabo ou "carrapato".

Mas, voltemos à fonte. "As Maias" é constituída por uma fonte que brota todo o ano águas frias, límpidas e cristalinas (que sabem tão bem nos dias abrasadores do Estio) e por um bebedouro que os animais utilizavam e ainda utilizam (embora menos frequentemente já que existe pouco gado na aldeia) para beberem durante o seu percurso das "cortes" para o trabalho nos campos ou na passagem para as pastagens.

Mas, a maior importância desta fonte não fica por aqui...

Este era, e ainda é, o lugar de encontro da juventude (e menos jovens) que, com frequência à pergunta "Onde vais?", a resposta é quase sempre a mesma: "Vou até às "Maias".

o baixo muro do lado oposto à fonte foi e é o "maple" duro mas reconfortante para as longas conversas, muitas vezes pela noite dentro.

O contínuo sussurrar da água a cair é a banda sonora para as longas tertúlias.

 

Já sinto alguma nostalgia ... mas a Fonte continua lá ... e muitas novidades, segredos, divagações terão como confidente a "Fonte das Maias".

 

 

Mário Silva 📷

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