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Abr09
"Páscoa em Natureza" - Maianima voltou a animar Águas Frias e Chaves (parte II)
Mário Silva Mário Silva
Continuação do post anterior:
O dia 29, nasceu um pouco encoberto e com um ventinho frescote (ou melhor, frio).
Mas nada demove estes maiatos, levantando-se manhã cedo.
É domingo e havia que animar a celebração em conjunto com a comunidade residente.
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A igreja de Águas Frias ficou repleta (como num dia de festa) numa mistura de maiatos e aquafrigidenses. Os cânticos alegres e acompanhados por duas violas, animaram a Comunidade que participou em uníssono.
Foi um momento que me fez lembrar uma canção cantada no ano passado: ”Vai para a aldeia, vai para a cidade, vai para a tua terra e faz Comunidade “.
Mais uma vez, o grupo (não os contei mas certamente à volta de 70 pessoas), atravessaram a Aldeia e foram almoçar.
O tempo ia passando e cada vez mais se aproximava a hora do regresso, mas ainda estava programada mais um itinerário.
Subir a encosta da serra do Brunheiro e visitar o Castelo de Monforte do Rio Livre.
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A vista deslumbrava. Entraram dentro das ruínas do castelo, alguns aventuraram-se a andar pelas muralhas, mesmo que o vento frio apertasse.
Lá diz o ditado: “Se vais para Monforte leva o teu capote”
Também aqui não posso resistir a um pequeno comentário/desilusão.
É pena mostrarmos a quem visita este Monumento Nacional o estado em que ele se encontra (sem qualquer informação sobre ele, sem guia ou guarda, com as ervas a crescerem no seu interior, as portas abertas e uma até caída no chão, tendo-se que lhe passar por cima). Quem o mostra e que sente orgulho nele, ruboriza de vergonha ao ver e ter de mostrar o grau de abandono deste marco importante da História portuguesa e o ex-libris da freguesia de Águas Frias e aldeias vizinhas. Merecia melhor destino. Não é uma construção qualquer – é Monumento Nacional e é referenciado em muitas rotas turísticas.
Perdoem-me este desabafo que nada tem a ver com a qualidade e minúcia do Programa “Páscoa com Natureza”, organizado pela Maianima.
Depois desta visita, há que se enfiar, ligeirinho, no interior acolhedor dos automóveis para uma nova visita.
Enveredou-se pelo caminho de terra batida em direcção à Bolideira, mas … e há sempre um mas, … o carro da frente errou no caminho e foram todos ter a um campo recentemente lavrado. O caminho era estreito, mas cada um lá conseguiu inverter a marcha e finalmente encontrar o caminho certo.
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Foi um percurso que embora poeirento, foi compensador pela paisagem, já com as gestas brancas a florir.
Chegados ao destino, todos tentaram fazer bulir a enorme rocha – A Pedra Bolideira.
Até os mais pequenos, em conjunto lá se foram esforçando para a verem mexer (bulir).
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A vara colocada debaixo da rocha, não deixava dúvidas, ela bulia mesmo.
Alguns foram explorando o local, galgando a vegetação e encavalitando-se nas rochas circundantes para terem uma visão privilegiada sobre os “valentes”, quais Obelix abanando não o menhir, mas a Pedra Bolideira.
Concluía-se aqui as visitas programadas para este fim-de-semana diferente.
Chegados a Águas Frias era hora de recolher as malas e com elas às costas e algumas alheiras no saco.
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Agora era rumar novamente para a cidade da Maia.
Espero que tenham saído mais enriquecidos por esta diferente realidade, e com saudades das Gentes que com prazer as acolheram.
Foi um fim-de-semana diferente.
Parabéns à instituição que o proporcionou – a Maianima; às crianças e jovens que deram uma lufada de ar fresco a esta aldeia, aos pais que com a sua boa disposição e abertura proporcionaram um convívio alegre e franco, trocando-se experiências e saberes.
Não posso deixar de referir a colaboração do Sr. Presidente da Câmara que proporcionou a visita aos Museus da Cidade de Chaves e disponibilizou o excelente (em todos os aspectos) do Auditório da Academia das Artes (recentemente inaugurado).
Ao Presidente da Junta de Freguesia de Águas Frias (Romeu Gomes) que além de vários tipos de ajuda à concretização do projecto da Maianima, sempre esteve presente, qual anfitrião que quer, tem prazer e sabe receber quem visita a sua Terra.
Prazer também demonstraram as Gentes de Águas Frias.
Entre elas, e não menorizando todos os outros, não seria justo se não referisse a “tia Lila”, que com a sua inteira disponibilidade, o seu desinteressado trabalho e essencialmente como seu sentido de humor que contagiou todos os que com ela privaram.
Um bem-haja aos organizadores e colaboradores (Ricardo e Carlos Frazão), que tornaram possível esta visita, não podendo deixar de referir, dois elementos que segundo a minha apreciação pessoal foram fundamentais no impecável planeamento, programação, organização, concretização deste intercâmbio pessoal e cultural entre estas duas realidades (Maia e Águas Frias) – a Edite e o Augusto Silva (corro o risco de dizer que sem eles nada disto seria o mesmo – esta é a minha opinião que por ser pessoal, é da minha inteira responsabilidade).
Em jeito de avaliação (tanto se fala dela) e sem grelhas, ou portfolio, mas sim com a análise da vivência penso que os Objectivos do projecto da Maianima foram cabalmente cumpridos.
E,… quem ficou a ganhar foram, …. as Gentes da Maia e as Gentes de Águas Frias.
Nota: As fotos apresentadas neste post (a maioria delas foram captadas e gentilmente cedidas por Mário Cortez) e ainda muitas outras que aqui não couberam, podem ser visualizadas em (clicar em cima de cada nome):
Águas Frias (Maianima)
Como nos estamos a aproximar da época pascal aproveito para desejar
FELIZ E SANTA
PÁSCOA
a todos os habitantes de Águas Frias, a todos os aquafrigidenses espalhados pelo país e pelo mundo, a todos os que não sendo de Águas Frias a sentem como sua, a todos os que a visitam e a todos os que vão passando por aqui, visitando virtualmente nacos da Vida, Gentes e Aldeia de Águas Frias.
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