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MÁRIO SILVA - Fotografia & Escrita

*** *** A realidade e a "minha realidade" em imagens e escrita

08
Fev09

Águas Frias (Chaves) - Festas de S Pedro – (3.º dia -tarde e noite)


Mário Silva Mário Silva

 

Águas Frias, dia 3 de Agosto de 2008 (tarde e noite)
 
 
Depois dos actos religiosos, da parte da manhã, neste 3.º dia de festa em honra do padroeiro de Águas Frias, ainda se esperava muita animação.
 
Depois do “estômago bem aconchegado, a boa disposição era raínha, … todos os ingredientes estavam prontos para uma tarde de alegria, confraternização, convívio e deixar extravasar as memórias, o bem-estar, o fulgor contido e esquecer todas as contrariedades da vida numa aldeia de interior ou o facto de parte do ano se estar longe desta Terra.”
 
Um palco foi rapidamente montado no largo da sede da Junta de Freguesia de Águas Frias, os cabos de luz e som foram esticados e ligados a um ritmo cadenciado e célere, demonstrando que este procedimento era feito quase instintivamente. Os instrumentos estavam ligados e as colunas dispostas a debitarem muitos decibéis. Mesmo sendo dia, os projectores davam um brilho complementar ao Sol que brilhava nesta tarde de Agosto.
 
 
 

 

 
 
 
Os primeiros acordes do grupo “Brisa do Marão”, começaram a soar, fazendo-se ouvir no recinto, em toda a Aldeia e provavelmente nas aldeias em redor.
 
Era o sinal de concentração. Tudo estava a postos para receber todos os aguafrigidenses e todos os forasteiros que quisessem participar. A Comissão de Festas, prevendo que a tarde deveria ser quente e o pó levantado pelos pés dos dançarinos poderia secar as gargantas, trouxe para o recinto uma mini roulotte com balcão a toda a volta, não faltando bebidas frescas para todos.  
 
 
 
 Que ninguém dissesse que estava sequioso.
 
 
 As pessoas isoladas ou em pequenos grupos, lá vinham rua abaixo ou rua acima, confluindo no largo da Junta.
 
 
 
Primeiro, como a medo, vieram aos poucos, mas com o som de músicas populares a entoar, começou lentamente a encher-se o recinto. Inicialmente, foram-se formando grupos que se foram encostando, aproveitando para pôr a “conversa em dia” e pouco avançavam para o centro do recinto, mas, como tudo, só foi preciso que os mais desinibidos começassem a dar os primeiros passos de dança e rodopiar ao ritmo do som do conjunto, que lentamente o recinto estava cheio de alegres dançarinos.
 
 
 

Também como em tudo, havia os que aproveitavam a sombra junto ao bar onde tinham a mercê de um braço esticado a bebida esperada. Havia também aqueles, nos quais me insiro, que gostam de conversar aqui e ali, mas que dançar?!! É que há, como eu mesmo digo, “têm duas pernas esquerdas” que se “embrulham” nelas mesmas ou fazendo sofrer os pés delicado do seu par.

 
 
 
Em resumo, toda a Aldeia se uniu tendo como pretexto o som da música.
 
Esta junção de todos os habitantes da Aldeia já não se via há longos anos (penso que dez). Conviveu-se, dançou-se, … "houve Alegria pelo ar". E para quem ainda subsistissem dúvidas, bastava estar atento aos rostos de todos: crianças (sim, viam-se crianças na Aldeia), jovens, adultos e mesmos idosos, que muitas vezes “faziam ver” aos mais novos, de como se dançava sem demonstrar cansaço.
 
 
 
 
 Como popularmente se diz: “foi uma tarde em cheio”.
 
Os mordomos da Festa também isso sentiam, pois mesmo em contínuo trabalho no bar e observar se tudo estava bem, estampavam-se-lhes no rosto o prazer de verem todos os seus conterrâneos e forasteiros, alegres.
 
Bom, mas o relógio biológico, que tudo comanda, dava badaladas nas paredes do estômago, anunciando que eram horinhas de ir novamente para o “altar da mesa” onde o jantar já esperava, que alguém o desfrutasse.
 
Cada família, novamente, se juntava à roda da mesa, deglutindo e saboreando cada iguaria característica dos dias de festa e ajudando a sua passagem pelo esófago com o “tal tinto” guardado para ocasiões especiais.
 
 
 
Enquanto isso, havia já azáfama no recinto da festa. O grupo “brisa do Marão”, tal como montou toda a sua aparelhagem e palco assim o desmontou, indo para outro arraial ainda nessa noite. Ao mesmo tempo fora montado um enorme, melhor, um enormíssimo palco num plano mais elevado nos terrenos cedidos por um dos mordomos, o Sr. António Oliveira. Além das dimensões do palco, com vários planos, tinha um cuidado fundo e um turbilhão de projectores coloridos. Esta estrutura metia respeito e admiração.
 
 
 
O sol foi desaparecendo, dando lugar à iluminação do recinto, sobressaindo o cuidado colorido do palco do conjunto “M3”.
Os primeiros compassos de música foram entoados, eram quase o “toque de reunião”, a que a população e forasteiros não se fizeram rogados tendo comparecido em massa, pejando o recinto de Gente.
 
 
 
Mais uma vez houve animação, confraternização, e união de toda uma população.
 
 
 
 

 

 

 
Eis que chega a meia-noite, e começam a estourar os primeiros foguetes.
 
 
 
 
Como uma mola, todos os pescoços flectiram para trás e os olhares percorriam o céu escuro à espera …. pum… pum …pum.. e eis que de repente, o céu se encheu de milhares de pequenos pontos luminosos que de forma variada e cadenciada, formavam efeitos pirotécnicos que deixavam estupefactos todos os que atentamente os observavam e, até se ouviam … Oh, … Ah, … que lindo!

 

 
 
Uma girândola dava o sinal que estava prestes a acabar, Puuuuum …puuuuuuum …. puuuum.
Oh, acabou!!!!
O conjunto ainda continuou a tocar, mas muitos aproveitaram para regressar ao aconchego do lar (até porque embora fosse Agosto, a noite ia ficando frescota). Mas muitos outros ainda continuaram pela noite dentro.
 
Três quartos da festa estavam a terminar, mas a Comissão de Festas, num total arrojo, não queria deixar que esta verdadeira alegria colectiva, que Águas Frias há tanto tempo esperava, não terminasse ainda, e preparou mais animação para a noite de segunda-feira.
 
 
Será que depois de um dia de trabalho (2ª feira) ou de férias a população acorreria novamente ao convite?
Quem lá esteve na altura, já sabe o que aconteceu. Os outros terão de esperar pelo próximo “post”.

 .

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Mário Silva 📷

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