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MÁRIO SILVA - Fotografia, Pintura & Escrita

*** *** A realidade é a "minha realidade" em imagens (fotografia, pintura) e escrita

26
Out07

Águas Frias (Chaves) - Outono


Mário Silva Mário Silva

 
O Outono já chegou à mais de um mês e com a sua chegada, os dias vão “mingando” (e não se esqueçam que no próximo domingo, dia 28, às 2horas da madrugada os ponteiros do relógio atrasam para a 1hora); a temperatura vai descendo, em especial à noite (já sabendo bem uma lareirinha acesa); e o grau de humidade vai subindo, fazendo aparecer o nevoeiro (como documenta a foto, envolvendo o cume da serra do Brunheiro, fazendo desaparecer o ex-libris de Águas Frias – o seu Castelo de Monforte do Rio Livre).
 É o tempo da fruta madura …
… e como ela abunda nesta Aldeia …
Este ano, as árvores, mesmo sem tratamento (ou quase nenhum), encheram-se de frutos, fazendo “vergar” os seus ramos, sendo em muitos casos, necessário “estacá-los” para suportar o peso.
Havendo muita fruta, … poucas pessoas para se deliciarem com ela (cada vez há menos gente na Aldeia), … e poucos animais a quem dar o excedente, ela … a fruta …, cai de madura e … jaz no chão, … polvilhando a terra ao redor da árvore que lhe deu origem.
 
É uma pena, mas …
(Enquanto escrevo, e longe desta vista, lá vou eu dando uma “trinca” numa maçã que trouxe da última visita a Águas Frias. Huuuuuuuum, … que aroma, … que sabor, … que diferença daquelas que se compram no supermercado).
Bom, já chega de fazer crescer “água na boca”.
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Voltemos, ao Outono …
… e nada melhor que possa descrever esta estação do ano em Águas Frias, do que um poema que recebi de uma flaviense, filha de um aquafrigidense, que tem por nome Cláudia dos Anjos Lopes e que passo a transcrever:
 
Outono em Águas Frias
Ouve-se o sino da igreja da aldeia
Anuncia as horas com suas badaladas
Os habitantes vão preparando a ceia
E observando no céu nuvens avermelhadas
 
São sete horas da tarde em Águas Frias
A penumbra envolve o disperso casario
Já não há Sol e começa a ficar mais frio
Aproxima-se o Inverno e diminuem os dias
 
Avista-se o castelo de Monforte, imponente
O local dos agradáveis almoços estivais
Vinham os amigos, para um dia diferente
Dali distinguiam as suas aldeias natais
 
Mas o Outono é tempo de procurar na ribeira
As deliciosas rocas e os tortulhos selvagens
Passa-se bem o tempo e apreciam-se as paisagens
Ao voltar, assam-se os petiscos numa grelha na lareira
Cláudia dos Anjos Lopes
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Nota: Podem ter acesso a outros poemas da mesma autora (um dos quais dedicado à cidade de Chaves), em http://c-a-l.blogspot.com ou através do link aqui ao lado.
Mário Silva 📷
20
Out07

Águas Frias (Chaves) - Vindimas


Mário Silva Mário Silva

Embora, um pouco tardio (já que se realizaram em finais de Setembro inícios de Outubro), decidi dedicar o tema deste "post" às Vindimas em Águas Frias - Chaves.

 

 As vinhas, Águas Frias e o Castelo

 

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O acto de vindimar é o culminar de um looongo e árduo trabalho de todo um ano - já que se teve que podaras vides, escarnar, lavrar, caldear, ....) e ... com a desvantagem da maioria das vinhas em Águas Frias ficarem longe do centro a aldeia.

 

 

Talvez por esse motivo, esta actividade agrícola, esteja sempre ligada à alegria ...

 

 

... Antigamente, enquanto se vidimava, cantava-se, havendo, até despique entre grupos de vindimadores, sendo uma forma de cadenciar a tarefa, torná-la mais "leve"; fazendo esquecer  as dores das costas e braços; de esquecer o frio ou a chuva; e até, sendo uma maneira ardilosa de poupar uns cachos de uvas - "enquanto se canta não se come..."

 

E por falar em comer ... quem não se lembra, de a meio da manhã, do "mata-bicho", que a dona da vinha preparava e carregava pelos caminhos, trazendo-o aos vindimadores, em cestos cobertos em alvos panos?

Era preciso retemperar as forças, pois a tarefa de cortar cachos de uvas, encher os baldes (antigamente, cestos vindimos) que depois de cheios era preciso levar às costas para, hoje o tractor, antigamente a carroça.

 

 

 

Mas as vindimas ainda não acabaram aqui ... é preciso descarregar todas as uvas para o lagar.

Ao entardecer ou à noitinha, nova etapa é urgente concluir - pisar as uvas.

 

 

Hoje já pouco se pode comparar ao passado não muito longínquo ....

Os homens, de calções ou calças arregaçadas por cima do joelho e pés descalços, amassam as uvas de forma ritmada mas enérgica, entoando cantigas que, por vezes, eram acompanhadas pelo som do realejo.

Tudo se fazia com alegria e cooperação, já que estas tarefas exigiam força de muita gente e as famílias ajudavam-se umas às outras, evitando assim o pagamento de jeiras.

Agora, é preciso deixar o mosto fermentar ...

 

 

Mas, ainda  muito  há a fazer até que se possa provar este néctar dos Deuses (seja ele Baco, romano ou Dionísio, grego) .... esperemos pela altura do S. Martinho.

 

Até lá .... vai-se degustando o que ainda ficou nas pipas do ano anterior.

 

.... já que este ano não foi um ano de abundância (houve vinhas que produziram menos 30 a 40% relativamente ao ano anterior), que ele seja "pouco mas bô" .

 

 

 

As Vindimas
.........................................

Já acabou o verão,
As vindimas estão a começar.
As uvas vão para a fermentação,
Para depois o vinho se preparar.

Como é bom recordar,
As vindimas na nossa aldeia.
E as uvas pisar,
À noite à luz da candeia.


E recordar também,
As cantigas de antigamente.
Que toavam pelos vinhedos além,
Cantadas por toda a gente.


À noite já no lagar,
As uvas se pisavam.
Os garotos eram os primeiros a entrar,
E os homens os ensinavam.


Era bonito ver a garotada,
Numa festa de alegria.
Ia-se cantando à desgarrada,
E música a toque de sanfona havia.


A adiafa* depois se fazia,
Quando o vinho ia a cozer.
Com cantares e música o povo se divertia,
Não faltando boa pinga e o comer.


Eram tempos de outrora,
Cantando de noite e dia.
As vindimas de agora,
Já não têm a mesma alegria!

 

Arnaldo Anacleto

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* adiafa – oferenda de.limentos e/ou gratificação com que se compensavam os trabalhadores no fim de qualquer labor agrícola importante (vindimas, ceifa, colheita, …)

 

 

Mário Silva 📷
12
Out07

Águas Frias (Chaves) - Maianima Águas Frias


Mário Silva Mário Silva

Tal como prometido, venho hoje, descrever e ilustrar o passado “Fim-de-Semana Diferente” em Águas Frias.
Foi, de facto diferente … e, de certo, não deixou indiferente todos os que o vivenciaram.
Águas Frias, fervilhava com tanta gente e com tantas actividades.
Pelas ruas ouviam-se, como há muito não se ouvia, tantas vozes de crianças/jovens … parecia que os sons eram os de tempos passados.
Mas o presente, trouxe, além da alegria estampada no rosto das crianças, o o ar surpreso, afável e satisfeito da população de Águas Frias.
O Programa elaborado pela Maianima que tinha como tema “À descoberta da Região Flaviense” foi cumprido na íntegra.
Também na íntegra, e para ilustrar o modo como foi vivenciado estes dias, vou transcrever um texto elaborado por um desses jovens:
 
Maia, 10 de Outubro de 07
 
Diz a canção:
“ Vai para a aldeia, vai para a cidade, vai para a tua terra e faz comunidade “.
E lá fomos nós, da cidade da Maia, Vermoim, para a aldeia de Águas Frias. Fizemos tudo o que estava no programa. Começamos por fazer o pão centeio para comer à noite e a marmelada para comermos nos lanches ao longo do ano.

Durante a manhã ainda nos sobrou tempo para irmos de porta em porta convidar as pessoas da aldeia para assistir ao nosso espectáculo cultural.
Almoçamos no Quim Russo e seguimos a pé rumo ao Castelo de Monforte do Rio Livre. Aí, tivemos uma boa lição de História feita pelo professor Mário Silva. Depois, separados por grupos, fomos à procura das várias espécies de seres vivos existentes naquela região.

 

 

 

Fizemos um registo muito completo de espécies animais e vegetais. Até os nossos amigos da cidade sentiram prazer em levantar as pedras e mexer nas minhocas e nas lagartas.
Quando descemos para a aldeia, esperava-nos um lanche abastado e reconfortante.
O grande momento do dia, aconteceu por volta das 21h quando, reunidos com muitas pessoas das aldeias da freguesia e com os nossos colegas da escola de Águas Frias, apresentamos a nossa peça de teatro “Recados”. No nosso teatro faz-se uma abordagem aos preconceitos e outras formas de exclusão social, sensibilizando todos para os reais problemas sociais.

Todos desempenharam bem o seu papel, até os pais nos surpreenderam com as danças de folclore e o grupo de cantares populares portugueses. Os momentos de poesia do Hélio, Melanie e Margarida fizeram-nos muito bem.

 

A noite no campismo foi agitada, mas o desconforto que sentimos fez-nos valorizar a nossa casa e a nossa cama confortável.
Não nos custou muito levantar às 7h porque tínhamos de aproveitar bem o dia. Recebemos os amigos das aldeias vizinhas e partimos para a vindima. Éramos cerca de 50 crianças e está claro que com esta quantidade de gente a vindima fez-se num ápice.
 
Engraçado foi a carroça e o cavalo do Toninho aparecer com o pequeno-almoço lá no meio do monte. Comemos bem e restauramos forças para fazermos os jogos tradicionais.
O autocarro foi-nos buscar depois de almoço e levou-nos até Chaves para uma visita aos museus: Militar, Museu de Arte Sacra e Museu da Região Flaviense. Ainda fizemos uma visita à Igreja de Santa Maria Maior, ao Pelourinho e a toda aquela parte medieval envolvente.
A romanização foi mencionada nas Termas e na visita à Ponte Romana.
Antes do abastado lanche em conjunto, ainda tivemos tempo para ir visitar a Pedra Bolideira.
À noite, fizemos o ensaio das leituras e dos cânticos para a Eucaristia Dominical.
Domingo, com a nossa participação na Eucaristia, merecemos um elogio por parte do Sr. Padre Hélder, que, depois de ter assistido ao nosso programa cultural e de saber tudo o que fizemos, nos disse que tínhamos feito “uma boa acção social e uma verdadeira comunidade”.
 
Esperamos que sim, que este tenha sido um momento de alegria para todos e que se repita.
Todo o programa foi possível e agradável porque tivemos a participação dos nossos pais, do nosso querido Carlos Frazão (responsável pelo teatro e representante da Câmara Municipal da Maia), do Presidente de Águas Frias, da Câmara Municipal de Chaves, de toda a população de Aguas Frias e crianças da escola, dos nossos convidados Hélio e Melanie, ao professor Mário Silva que se destacou no seu papel de professor, cozinheiro e organista, à tia Lila que cedeu a própria cama para os nossos pais ficarem alojados, etc .
Em nome dos meus colegas, deixo aqui o nosso muito obrigado a todos pelo fim-de-semana que nos proporcionaram.
Diogo Silva - 9º ano.
 
***
Fazendo um balanço, diria que foi uma pequena e breve mas rica experiência de vida, que irá ficar na memória de cada jovem (e seus pais) que visitou Águas Frias e que não deixará no esquecimento aos Aquafrigidenses que a viveram e participaram.
Foi, de facto, uma partilha de saberes, costumes, tradições … enriquecendo cada um individualmente e as duas Comunidades em geral.
 
É de enaltecer e louvar a cuidada planificação, organização e execução deste fim-de-semana diferente, promovido pelos representantes da Maianima, CRL e a colaboração directa e participativa do Pelouro da Cultura da Maia, na pessoa de Carlos Frazão e do Presidente da Junta de Freguesia de Águas Frias, Romeu Gomes, assim como o apoio das Câmaras Municipais da Maia e de Chaves.
Penso, que o intercâmbio cultural passa por iniciativas deste género. Assim, espero que esta seja a primeira de muitas outras…
Como dizia a canção:
 “Vai para a Aldeia, vai para a Cidade, vai para a tua terra e faz Comunidade …”
***
Mário Silva 📷
03
Out07

Águas Frias (Chaves) - Um Fim-de-semana diferente ...


Mário Silva Mário Silva

Aproxima-se mais um fim-de-semana …
Mas, este, será um tudo-nada diferente.
 
Não. Não se trata de mais um fim-de-semana alargado….
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Águas Frias acolherá, nos próximos dias 5, 6 e 7, um grupo de jovens e os respectivos pais (cerca de 55 a 60 pessoas) da cidade da Maia.
Será uma iniciativa promovida pela Maianima, Sociedade Social e Cidadania (sendo responsável pelo projecto, uma filha de Águas Frias), com o apoio do pelouro da Juventude da Câmara Municipal da Maia e a colaboração da Câmara Municipal de Chaves e da Junta de Freguesia de Águas Frias.
 
Pelo número de visitantes, dará certamente, um “outro movimento” a esta pacata aldeia.
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Será certamente um fim-de-semana diferente …
… para quem os recebe, contando com a alegria própria dos jovens e as “surpresas” que trazem para partilhar …
… para quem visita, contando com a hospitalidade, que é apanágio destas Gentes de Águas Frias.
Estou convicto que este encontro de realidades diferentes (litoral urbano e interior rural) e a partilha de diferentes “saberes”, poderá ficar na memória de Todos, enriquecendo o “saber” de cada um.
Esta visita, segundo a programação elaborada, tem como objectivos gerais:
- orientar actividades pedagógicas – proporcionando um contacto directo com a diversidade que a Natureza lhes apresenta num meio rural; observação do tipo de relevo, clima, vegetação desta região; contacto com actividades rurais (ex: vindima); conhecer um pouco da História da Aldeia (com a visita ao Castelo de Monforte do Rio Livre) e da influência dos romanos para a região (visita aos museus e monumentos de Chaves).
- proporcionar actividades lúdicas e culturais que partilharão com a comunidade de Águas Frias Teatro, cantares e danças folclóricas, recital de poesia, música popular, …
- promover a cidadania – partilhando valores, opiniões, linguagem, vestuário, gastronomia, …
- dar a conhecer, um pouco das riquezas desta região, sua cultura, gastronomia, usos e costumes, …
 
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Por tudo isto, parece-me que estão introduzidos todos os ingredientes necessários para um fim-de-semana diferente e enriquecedor, em que cada um pode dar e receber; seja na valorização do conhecimento, na alegria, no respeito pela diversidade, … em suma, na partilha.
Programa da Visita
Sexta-Feira
10:00h – Chegada a Águas Frias (Chaves)
10:30h – Instalação das tendas
– Fazer pão e marmelada
13:00h – Almoço
14:30h – Visitar a aldeia
15:30h – Visita ao Castelo
19:30h – Jantar
21:00h – Espectáculo cultural
23:00h – Recolher às tendas
 
Sábado
7:30h   – Alvorada
8.00h   – Vindima
9:00h   – Pequeno almoço
12:00h – Regresso da vindima
13:00h – Almoço
15:00h – Ida para Chaves
18:30h – Regresso de Chaves e visita à pedra Bolideira
19:30h – Jantar convívio e ensaio para a Eucaristia
23:00h – Recolher às tendas
 
Domingo
7:30h   – Alvorada
8:00h   – Pequeno-almoço
9:30h   – “Feira”
11:30h – Eucaristia
12:30h – Saída de Águas Frias
 
 
Um bom fim-de-semana, a TODOS e até breve … que espero, com notícias ilustrativas desta iniciativa.
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Mário Silva 📷

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